O livro Cavalo de Santo- Religiões Afro-gaúchas, já esgotado, foi lançado em 2011, em parceria com a Fundação Palmares e retratou o universo religioso da cultura imaterial afro-brasileira no sul do país. Porto Alegre foi revelada como a capital das religiões afro no Brasil. Foi um marco histórico na cultura gaúcha, com repercussão nacional. O trabalho mostrou a diversidade das religiões afro-gaúchas com suas características regionais e as diferenças existentes, entre os rituais do sul e os que ocorrem no restante do Brasil.
A ideia do filme nasceu para dar voz e protagonismo aos personagens retratados no livro. Ouvir suas rezas, seu batuque, mostrar a cultura exuberante e conhecer a vida pulsante dos terreiros gaúchos. Uma forma de preservar os saberes e memórias desta cultura imaterial, afro-brasileira no Rio Grande do Sul, transmitida pela
oralidade da ancestralidade negra no Estado. Procuramos contribuir para refazer o estereótipo de que o RS é um pedaço da Europa, no Brasil.
A minha primeira preocupação para a adaptação do livro para as telas, foi que a narrativa visual do filme dialogasse com a estética, a densidade das cores e tivesse a mesma emoção das fotos do livro.
Como venho do jornalismo e da fotografia, outra dificuldade na transição da narrativa do livro para o filme, é que pensava mais na narrativa visual e na síntese da foto. Aos poucos fui aprendendo a filmar, a contar uma história, captando imagens privilegiando o roteiro e a montagem.
A premissa número um era ver, aprender, escutar e tratara temática e os personagens com respeito, seriedade e, principalmente, sem colocar a narrativa, tanto no livro como no filme, no campo da documentação exótica.
A intimidade conquistada nos terreiros e com os pais e mães-de-santo, com o povo de santo nos permitiu entrar novamente nos rituais, alguns secretos e nunca documentados.
No cinema a captação das imagens e som é uma construção coletiva, mas em muitos rituais e festas nos terreiros filmei sozinha para não atrapalhar e interferir nos acontecimentos, procurando ser uma energia invisível.
Os eventos nos terreiros no sul são basicamente noturnos, mesmo sendo dentro das casas ou nas ruas. Usei muito como chave iluminação, o contraluz e luz natural, exceto nas entrevistas.
Fotografei pais e mães-de-santo com mais de 50 anos de feitura e encontrei um povo de religião orgulhoso de sua fé e da sua cultura. Gente guerreira, incansável no trabalho diário de materializar rituais, preparar oferendas, festas, atender pessoas e manter esta cultura ancestral viva. Foi uma experiência única conviver com seres, entidades e Orixás numa outra dimensão do mundo material. Muitos me tratavam carinhosamente como a moça da luz.
Realizar este trabalho foi um mergulho profundo num caleidoscópio de energias, cores, luzes e sons que mudaram paradigmas da minha forma de fotografar e viver. De curiosa e encantada pela estética da cultura imaterial, passei a cúmplice.
Para realizar este projeto construímos relações de parcerias com duas produtoras gaúchas: a Estação Filmes na primeira etapa e Cubo Filmes para inscrição na Lei Aldir Blanc, atualização e finalização do longa-metragem e a divulgação do seu lançamento. Sou muito agradecida a todos que colaboraram na realização deste trabalho. Principalmente, ao meu companheiro Carlos Caramez coordenador editorial do livro e produtor, roteirista e parceiro na direção do filme.
O livro Cavalo de Santo- Religiões Afro-gaúchas, já esgotado, foi lançado em 2011, em parceria com a Fundação Palmares e retratou o universo religioso da cultura imaterial afro-brasileira no sul do país. Porto Alegre foi revelada como a capital das religiões afro no Brasil. Foi um marco histórico na cultura gaúcha, com repercussão nacional. O trabalho mostrou a diversidade das religiões afro-gaúchas com suas características regionais e as diferenças existentes, entre os rituais do sul e os que ocorrem no restante do Brasil.
A ideia do filme nasceu para dar voz e protagonismo aos personagens retratados no livro. Ouvir suas rezas, seu batuque, mostrar a cultura exuberante e conhecer a vida pulsante dos terreiros gaúchos. Uma forma de preservar os saberes e memórias desta cultura imaterial, afro-brasileira no Rio Grande do Sul, transmitida pela oralidade da ancestralidade negra no Estado. Procuramos contribuir para refazer o estereótipo de que o RS é um pedaço da Europa, no Brasil.
A minha primeira preocupação para a adaptação do livro para as telas, foi que a narrativa visual do filme dialogasse com a estética, a densidade das cores e tivesse a mesma emoção das fotos do livro.
Como venho do jornalismo e da fotografia, outra dificuldade na transição da narrativa do livro para o filme, é que pensava mais na narrativa visual e na síntese da foto. Aos poucos fui aprendendo a filmar, a contar uma história, captando imagens privilegiando o roteiro e a montagem.
A premissa número um era ver, aprender, escutar e tratara temática e os personagens com respeito, seriedade e, principalmente, sem colocar a narrativa, tanto no livro como no filme, no campo da documentação exótica.
A intimidade conquistada nos terreiros e com os pais e mães-de-santo, com o povo de santo nos permitiu entrar novamente nos rituais, alguns secretos e nunca documentados.
No cinema a captação das imagens e som é uma construção coletiva, mas em muitos rituais e festas nos terreiros filmei sozinha para não atrapalhar e interferir nos acontecimentos, procurando ser uma energia invisível.
Os eventos nos terreiros no sul são basicamente noturnos, mesmo sendo dentro das casas ou nas ruas. Usei muito como chave iluminação, o contraluz e luz natural, exceto nas entrevistas.
Fotografei pais e mães-de-santo com mais de 50 anos de feitura e encontrei um povo de religião orgulhoso de sua fé e da sua cultura. Gente guerreira, incansável no trabalho diário de materializar rituais, preparar oferendas, festas, atender pessoas e manter esta cultura ancestral viva. Foi uma experiência única conviver com seres, entidades e Orixás numa outra dimensão do mundo material. Muitos me tratavam carinhosamente como a moça da luz.
Realizar este trabalho foi um mergulho profundo num caleidoscópio de energias, cores, luzes e sons que mudaram paradigmas da minha forma de fotografar e viver. De curiosa e encantada pela estética da cultura imaterial, passei a cúmplice.
Para realizar este projeto construímos relações de parcerias com duas produtoras gaúchas: a Estação Filmes na primeira etapa e Cubo Filmes para inscrição na Lei Aldir Blanc, atualização e finalização do longa-metragem e a divulgação do seu lançamento. Sou muito agradecida a todos que colaboraram na realização deste trabalho. Principalmente, ao meu companheiro Carlos Caramez coordenador editorial do livro e produtor, roteirista e parceiro na direção do filme.